sábado, 8 de maio de 2010

Rowan olhava de longe a irmã ir ao encontro do misterioso cavaleiro. O que lhe chamou a atenção foi que Mona ao chegar perto do estranho, o abraçou. Ela retirou o capacete dele revelando então sua face: Pele branca como mármore, olhos azuis profundos e inexpressivos cor de safira que, de longe, Rowan percebera, feições de anjo e demônio ao mesmo tempo, um misto de encanto e terror que só ele carregava. Era Morgan, o padre que realizava as missas na Igreja mais próxima. Rowan sabia que ha algum tempo a irmã estava o encontrando às escondidas.

Morgan era um homem comentado, não só por sua estranha feição, mas também por sua historia. Seus pais haviam morrido ainda muito cedo, e Morgan teve que viver com seus tutores, que o trouxeram da Transilvania, atual Romenia. Sua família era descendente do imperador romano Caligula, o que gerava também muitas historias a seu respeito. Havia até quem dissesse que ele era amaldiçoado, apesar de ser do clero. Boatos diziam que sua mãe havia o prometido para a igreja quando ele nasceu, devido uma gravidez complicada e após morrer seus tutores cumpriram essa promessa.

Rowan continuava os observando de longe. Morgan tirou de dentro de suas vestes um papel e o entregou a Mona:

-Minha Rosa, senti tanto sua falta. Pegue isso e leia sozinha, longe daqui. Nossos próximos encontros estão escritos neste pergaminho também.

-Meu amor, quando nós vamos fugir? Quando vamos sair daqui? Eu abandono tudo por ti, TUDO!- Mas enquanto falava, Morgan a interrompeu, mandando a moça ter calma, colocou uma rosa linda, vermelha e a colocou nos cabelos da dama. Quando ele ia beijá-la, depois de tanto tempo sem se verem, Mona ouvi Rowan a chamando ao longe. Era seu pai que havia notado a falta das duas e se aproximava.

-MONA, VAMOS LOGO, ANTES QUE O PAPAI CHEGUE! – Mona despediu-se rapidamente de seu amado e mais uma vez partiu, deixando-o lá, sem saber quando iria vê-lo de novo.

-Mona, onde você e sua irmã estavam? Anda, vamos pra casa agora!- Seu pai parecia bravo como sempre, ele odiava quando suas filhas sumiam, e todas tinham esse péssimo hábito.Chegando ao enorme castelo em que moravam, Mona correu para o quarto, fechou as portas e pegou o papel que Morgan havia dado a ela. Naquela época quase ninguém sabia escrever, mas como Morgan era do clero ele havia aprendido e o pai de Mona sempre fez questão de que todas suas filhas fossem alfabetizadas. O pergaminho estava meio amassado, mas ainda estava com o cheiro de Morgan por ter ficado em suas vestes. Ela sentiu aquele cheiro e ainda meio extasiada abriu o papel. Era escrito em uma caligrafia impecável:

“Lo meo servente core
vi raccomandi Amor, [che] vi l’ha dato,
e Merzè d’altro lato
di me vi rechi alcuna rimembranza;
ché del vostro valore
avanti ch’io mi sia guari allungato,
mi tien già confortato
di ritornar la mia dolce speranza
Deo, quanto fie poca addimoranza,
secondo il mio parvente!
ché mi volge sovente
la mente per mirar vostra sembianza:
per che ne lo meo gire e addimorando,
gentil mia donna, a voi mi raccomando.”

Mona não entendeu uma só palavra, mas ao virar o pergaminhou achou os mesmo versos escritos em sua língua e um recado de seu amado:

“May Love ever protect
this heart he gave to you, his to command,
and, on the other hand,
may Mercy beg you to remember me,
because before I go
too far away from all your present worth
the thought I will return
to you once more already comforts me.
God! Not for long shall I remain away,
judging by what I see,
for often this my mind
will turn right back to wonder on your face:
therefore, in both my journey and my stay,
O gentle lady, please remember me.”

Meu amor, após a missa, amanhã, me encontre no nosso lugar de sempre.

Mona mais uma vez sentiu o cheiro naquele pergaminho, e, com um enorme sorriso, o guardou com cuidado em uma pequena caixinha que um dia havia sido de sua mãe, e foi deitar-se esperando pelo dia de amanhã. “Claro meu amor, claro que eu vou te encontrar!”

2 comentários:

  1. Eh como eu digo, enquanto umas ganham pergaminhos com poesias em ingles e italiano, eu nao ganho nem papel higienico amassado.

    ResponderExcluir
  2. UHDUAHSUDHASUDHAS
    com ctza, a gnt pode
    morrer esperando aqui menina!

    ResponderExcluir